Eu nasci em Uiraúna, Paraíba, 31 de janeiro de 1942. Na rua que nasceu Erundina.
Ela nem pode dizer que minto pois lá só tem uma rua.
O mundo pegava fogo. Tive uma infância bonita e desobrigada. Maria do Socorro Fernandes, minha mãe, mulher enérgica franca e brincalhona; fazia rendas, bonecas, e pinturas, azulejos e garrafas.
Meu pai, Abdoral Fernandes Formiga. Era um boa praça. Tinha tantos amigos que era impossível vê-Io triste, Gostava de contar piadas picantes e costumava andar nu dentro de casa.
Fui criado num ambiente de espingardas, anzois, cajus, mangas, goiabas, correndo os tabuleiros em meu cavalo de talo de carnaúba e olhos de caco de louça. Vivia nos oitões das igrejas, bolandeiras, engenhos e cacimbas, entre a morte e a vida das cantorias e forrós das festas de casamento da casa dos meus avós
que ainda tem nas suas paredes a minha arte de infância.
Tio Zuza me ensinou muita coisa: fazer canoas,
tarrafas, fundas, bodoques e baladeiras. Aprendi com Antônio Ferreira e Emídio, ofício de bater enxadas,
roçadeiras, foices, fiz espingardas e muitos silos para guardar feijão.
No ano de 58 em Natal tia Velcides me mostrou pela primeira vez o mar. Fiquei doido.
Do alto de uma duna procurava o mar e não achava. Aquela tira azul, vista de longe, mais parecia uma serra
que cortava o horizonte do sertão nordestino. 59 em S. Paulo, Em 61 no Rio, depois de noites dormidas
com as estrelas nasce meu gosto pelas ruas da Lapa. No Ano do Senhor de 1964 fiquei doido de novo. E compus para Rita, dois Sonetos de amor:
Bruno e Milena.
Ela nem pode dizer que minto pois lá só tem uma rua.
O mundo pegava fogo. Tive uma infância bonita e desobrigada. Maria do Socorro Fernandes, minha mãe, mulher enérgica franca e brincalhona; fazia rendas, bonecas, e pinturas, azulejos e garrafas.
Meu pai, Abdoral Fernandes Formiga. Era um boa praça. Tinha tantos amigos que era impossível vê-Io triste, Gostava de contar piadas picantes e costumava andar nu dentro de casa.
Fui criado num ambiente de espingardas, anzois, cajus, mangas, goiabas, correndo os tabuleiros em meu cavalo de talo de carnaúba e olhos de caco de louça. Vivia nos oitões das igrejas, bolandeiras, engenhos e cacimbas, entre a morte e a vida das cantorias e forrós das festas de casamento da casa dos meus avós
que ainda tem nas suas paredes a minha arte de infância.
Tio Zuza me ensinou muita coisa: fazer canoas,
tarrafas, fundas, bodoques e baladeiras. Aprendi com Antônio Ferreira e Emídio, ofício de bater enxadas,
roçadeiras, foices, fiz espingardas e muitos silos para guardar feijão.
No ano de 58 em Natal tia Velcides me mostrou pela primeira vez o mar. Fiquei doido.
Do alto de uma duna procurava o mar e não achava. Aquela tira azul, vista de longe, mais parecia uma serra
que cortava o horizonte do sertão nordestino. 59 em S. Paulo, Em 61 no Rio, depois de noites dormidas
com as estrelas nasce meu gosto pelas ruas da Lapa. No Ano do Senhor de 1964 fiquei doido de novo. E compus para Rita, dois Sonetos de amor:
Bruno e Milena.